Estressores, coping, saúde mental positiva e efeitos de uma intervenção com foco em projeto de vida em adolescentes após o câncer

Nome: ISABELA MEDEIROS DE ALMEIDA

Data de publicação: 23/09/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA BRUNORO MOTTA LOSS Presidente
CELIA REGINA RANGEL NASCIMENTO Examinador Interno
CHRISTYNE GOMES TOLEDO DE OLIVEIRA Examinador Externo
FLAVIA HELENA PEREIRA PADOVANI Examinador Externo
VALESCHKA MARTINS GUERRA Examinador Interno

Resumo: A cura do câncer, apesar de ser algo esperado pelos pacientes e familiares, pode acarretar medo e insegurança para o adolescente, e o momento de transição entre a finalização do tratamento e a sobrevivência pode ser bastante estressor. Esta tese teve o objetivo de verificar os efeitos de um programa de intervenção com foco no projeto de vida para ampliação de estratégias de enfrentamento e melhoria de indicadores de saúde mental voltado para adolescentes que estão na transição entre a finalização do tratamento do câncer e a sobrevivência. Foram realizados dois estudos. O Estudo 1 – “Enfrentamento e saúde mental de adolescentes que passaram pelo câncer” de delineamento observacional, de corte transversal, descritivo, compôs uma amostra de 57 adolescentes de 11 a 19 anos (M=14,8), 31 (54,4%) meninos, que realizaram e finalizaram o tratamento contra o câncer em um hospital estadual de referência no Espírito Santo. Foram utilizados quatro instrumentos: Questionário sociodemográfico e clínico; Critério de Classificação Econômica do Brasil (CCEB); Adolescent/Child’s Self-Report Responses to Stress Questionnaire (ACSR-RSQ) e Escala de Saúde Mental Positiva. Foram realizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais. Dados clínicos mostraram que o tipo de tumor e tratamento mais frequente foram, respectivamente, a leucemia e quimioterapia. A média do tempo pós-tratamento foi de 4,1 anos. A amostra apresentou como estressor principal relacionado à sobrevivência ao câncer: “preocupações com problemas de saúde” (M= 2,4). A estratégia de enfrentamento com maior média foi a de controle secundário (CCS; M=0,26) e a saúde mental positiva (SMP) obteve uma pontuação média de 4,5. Adolescentes mais velhos (15 a 19 anos) apresentaram maiores médias de coping de controle primário (CCP), CCS e menores médias de engajamento involuntário (EI); os que receberam o diagnóstico na infância apresentaram maiores médias de CCS, EI, bem-estar subjetivo (BES) e bem-estar psicológico (BEP) e menores médias de desengajamento involuntário (DI); e os com mais de 5 anos após o tratamento apresentaram maiores médias de EI. A SMP se correlacionou positivamente com CCP e CCS e negativamente com EI e DI. O Estudo 2 “Intervenção em projeto de vida para enfrentamento e saúde mental de adolescentes após o câncer” que se caracterizou como quase experimental, compôs uma subamostra do Estudo 1, não randomizada, de 9 adolescentes, 4 meninos, com média de idade 13,8, que tinham até 5 anos de término do tratamento. Os adolescentes participaram de um programa de intervenção psicológica, especialmente elaborado, intitulado Navegando pela Sobrevivência ao Câncer Infantojuvenil (NASCI) e foram avaliados no pré e pós-teste em relação às variáveis: estressores, respostas frente ao estresse, SMP e projeto de vida. Após a intervenção, responderam ao “Inventário de satisfação do usuário”. Para análise dos efeitos do programa, foram realizadas análises comparativas e descritivas, pré e pós-intervenção e verificado o índice de mudança significativa pelo método JT. Verificou-se aumento nas estratégias de enfrentamento CCS, EI e DI, mas a percepção de estressores e a SMP não apresentaram mudanças significativas. Portanto, ressalta-se a importância do olhar desenvolvimental e social no processo saúde-doença, e de intervenções que compreendam integralmente o adolescente e a complexidade da sobrevivência do câncer infantojuvenil.

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