Uma proposta de intervenção em autocompaixão para cuidadores de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista

Nome: LUCAS POLEZI DO COUTO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/03/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
FABIANA PINHEIRO RAMOS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FABIANA PINHEIRO RAMOS Orientador
MARINA MENEZES Examinador Externo
VALESCHKA MARTINS GUERRA Examinador Interno

Resumo: Pais e mães de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam níveis mais altos de estresse e sobrecarga emocional, bem como repertórios abaixo da média em autocompaixão e bem-estar psicológico, se comparados a cuidadores de crianças típicas, conforme pesquisas da área. A autocompaixão inclui a presença de autobondade e gentileza para consigo mesmo, para com seu próprio sofrimento e dificuldades, bem como, uma postura de coragem e motivação para aliviá-los. Já o bem-estar psicológico abarca as habilidades para lidar com emoções, pensamentos e dificuldades a fim de organizar o
ambiente em que o indivíduo vive e construir uma vida significativa. Estudos apontam que a autocompaixão contribui para a diminuição do estresse, ansiedade, depressão e preocupação, favorecendo o aumento do bem-estar psicológico, satisfação com a vida e qualidade de vida.
A presente pesquisa teve como objetivo avaliar indicadores de estresse e bem-estar psicológico e propor uma intervenção em autocompaixão em mães e pais de crianças com TEA, verificando se a intervenção modificava esses indicadores. O treinamento foi composto por cinco sessões nas quais foram discutidas temáticas sobre parentalidade, estresse parental e autocompaixão. Participaram da pesquisa 77 pessoas no período de pré-teste e 10 cuidadores chegaram até o final da intervenção (pós-teste). Utilizou-se os seguintes
instrumentos antes da intervenção: 1) Questionário de Caracterização da Amostra; 2) Escala de Autocompaixão (SCS); 3) Escala de Estresse Parental (EEPa); 4) Escala de Bem-estar Psicológico (EBEP). No pós-tratamento, os participantes responderam mais uma vez a SCS, a EEPa e a EBEP e um Questionário de Avaliação da Intervenção. A pesquisa deu-se na modalidade online, devido à pandemia da Covid-19, desde o recrutamento até a intervenção. A análise dos dados quantitativos identificou uma correlação positiva entre os aspectos positivos medidos na escala de autocompaixão e o bem-estar psicológico, e os aspectos negativos da escala se correlacioram negativamente com o estresse parental; e apontou que não houve mudanças com significância estatística nos indicadores de autocompaixão e estresse parental entre pré e pós intervenção. Todavia, foram observadas alterações no escore geral de bem-estar psicológico, bem como nos domínios de propósito de vida e relações positivas com os outros no instrumento que avaliou esse constructo. A análise dos dados qualitativos apontou que os participantes identificaram mudanças positivas no relacionamento consigo mesmos e com seus filhos, bem como o aumento da conexão com o momento presente, da bondade para consigo mesmo, satisfação com a vida e diminuição do
estresse, comparação e vergonha após a intervenção. Os achados desta pesquisa estão alinhados com a literatura internacional que vem discutindo que intervenções em autocompaixão contribuem para o aumento do bem-estar psicológico, melhoria na qualidade de vida, maior satisfação e diminuição de sofrimento psicológico em pais de crianças autistas. A pesquisa trouxe novos achados para a literatura, em especial no que se refere à correlação
da escala autocompaixão com estresse parental e na relação dos indicadores da autocompaixão com bem-estar psicológico. Por fim, novos estudos poderão avaliar se intervenções em autocompaixão com maior duração para pais de crianças autistas contribuem para mudanças mais significativas nos indicadores de autocompaixão e estresse parental, bem como ampliar a discussão sobre correlações entre os domínios da autocompaixão e os indicadores de bem-estar psicológico e estresse parental. Palavras-chave: autocompaixão, TEA, cuidadores, estresse parental, mindfulness, bem-estar psicológico.

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