“UM OLHAR PARA VOCÊ”: O AUTOCUIDADO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE MENTAL DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

Nome: MATHEUS VIEIRA DA CUNHA

Data de publicação: 22/09/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
TERESINHA CID CONSTANTINIDIS Orientador

Resumo: O surgimento abrupto do Novo Coronavírus (Covid-19), resultante do vírus Sars-CoV-2, em
2019, trouxe profundos questionamentos em nível individual à global quanto a saúde mental,
em específico modificando os modos de vida e hábitos, exigindo adaptações para um novo
cotidiano. Em razão da pandemia, houve aumento na procura e sobrecarga por serviços
assistenciais em saúde mental. Considerando a problemática, o autocuidado em profissionais
de saúde mental é um campo de estudo pouco abordado no país. Nesse sentido, dois estudos
foram realizados: i) revisão de escopo que contemplou 129 estudos publicados entre 2020 e
2022 no Periódico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
e norteado pela pergunta: “Como a literatura científica abordou o autocuidado dos profissionais
de saúde durante a pandemia de Covid-19?”; e ii) entrevistas semiestruturadas com seis
profissionais de saúde mental dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Ilha de Santa Maria
(CAPS II) e São Pedro (CAPS III), do município de Vitória/ES. No que concerne aos dados,
estes foram guiados, tratados e analisados pelo guia de revisão de escopo Checklist PRISMAScR (Estudo 1) e Análise de Conteúdo (Estudo 2). O contexto adverso incitado pela Covid-19
trouxe sofrimentos de diferentes ordens e níveis aos profissionais dos estudos, desde angústias
e mal-estares, à quadros depressivos, ansiosos e pós-traumáticos. As literaturas nacionais e
internacionais indicam que as práticas, os comportamentos e o gerenciamentos do autocuidado
durante a crise pandêmica do Covid-19 resultou em melhoras nos diferentes níveis de saúde e
bem-estar físico e mental na população da pesquisa, associado, principalmente, como fator
protetivo à saúde mental. As pesquisas contidas na revisão de literatura, por sua vez, citam o
Mindfulness, as Práticas Integrativas de Cuidado em Saúde (PICS) e a rede de apoio no trabalho
como estratégias do autocuidado. Após as intervenções, os profissionais continuaram as
práticas, em conformidade aos ganhos na saúde física e mental, com resultados positivos na
resiliência e autocompaixão. Como limitação, carece detalhe quanto ao caráter da relação do
autocuidado com resiliência e estudos que aprofundem e igualmente relacionem as práticas da
PICS ao autocuidado. Quanto às narrativas dos profissionais, os resultados constatam medo e
receio frente à exposição ao vírus, culminando em angústias, desgastes emocionais e estresses,
percepções, sentimentos e sensações dos momentos mais críticos da pandemia que repercutem
atualmente. Após inúmeras transformações, com descaracterização do serviço e alta demanda,
o cuidado se efetivou na dimensão das reuniões de equipe, marcado pelo compartilhamento das
angústias e dificuldades, para além da alteração do horário de trabalho que possibilitou
introduzir atividades de autocuidado: sociais, cuidados físicos e mentais, consultas médicas,
yoga, alimentação saudável, meditação e arteterapia. Estes foram relacionados a melhora nos
indicadores de saúde e qualidade de vida, como equilíbrio emocional, mental e integralidade
nos processos de autoconhecimento.

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