Violência contra a mulher: um estudo em representações sociais na mídia impressa

Nome: GABRIELA BASTIANELLO

Data de publicação: 26/04/2023

Banca:

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MARIANA BONOMO Orientador

Resumo: A violência contra a mulher é um fenômeno que afeta um terço das mulheres em todo o
mundo, sendo considerada um problema de saúde pública. É fruto de construções
históricas, culturais, políticas e religiosas e pode se manifestar de diferentes formas e
trazer consequências para diversas esferas da vida das mulheres agredidas ou pessoas
próximas. Esta pesquisa utiliza a Teoria das Representações Sociais como orientação
teórico-conceitual e tem como objetivo investigar o fenômeno da violência contra a
mulher por meio da análise das representações sociais de violência contra a mulher, a
partir da investigação de produções discursivas da mídia local. Para tal, foi realizado um
estudo documental composto de duas fases, quais sejam: Fase 1- Panorama sobre a
violência contra a mulher noticiada no estado do Espírito Santo, na qual foram coletadas,
do jornal capixaba A Tribuna, 14.210 peças jornalísticas publicadas entre os anos de 2006
e 2021, que abordavam a temática da violência contra a mulher; e Fase 2- Quando a
agressora é mulher, em que, a partir do banco de dados coletado na Fase 1, selecionouse peças jornalísticas que abordavam algum caso de violência contra a mulher praticada
por outra(s) mulher(es), totalizando 567 casos analisados. Os dados da Fase 1 foram
analisados através da Classificação Hierárquica Descendente, viabilizada pelo software
Iramuteq, bem como por meio de análises estatísticas, enquanto os dados da Fase 2 foram
analisados a partir da Análise de Conteúdo e da Classificação Hierárquica Descendente,
sendo aplicadas, também, análises estatísticas. Nos principais resultados encontrados na
Fase 1, foi possível observar que o conteúdo das reportagens publicadas foi organizado
em torno do fornecimento de informações acerca do fenômeno estudado, abordando os
tipos de violência praticadas – com ênfase nos homicídios e feminicídios de mulheres –,
os serviços disponíveis para o atendimento de mulheres vítimas de violência, bem como
os espaços nos quais as violências ganham destaque, como o espaço privado, destacando
os afetos mobilizados nas vítimas e nas pessoas próximas. Já nos resultados da Fase 2,
percebeu-se o conteúdo organizado em torno da descrição dos atos violentos, buscando
apresentar os aspectos pertinentes às vítimas e às agressoras/acusadas, às relações entre
as envolvidas e à trajetória dos casos, além de informar sobre as motivações para a
violência e os afetos envolvidos. Discute-se sobre os espaços público e privado na
ocorrência de violências e suas implicações nas violências perpetradas, a importância das
políticas públicas para o combate, prevenção e enfrentamento da violência contra a
mulher e a gênese da violência relacionada ao sistema patriarcal. Espera-se que esse
estudo possa contribuir para a ampliação da discussão acerca da violência contra a
mulher, com a diminuição da desigualdade de gênero, bem como servir de subsídio para
o planejamento de políticas públicas ou programas voltados para mulheres vítimas de
violência.

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