Coping e bem-estar psicológico de cuidadores familiares de crianças com transtorno do espectro autista

Nome: INA DOS ANJOS DA MATTA

Data de publicação: 29/09/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA BRUNORO MOTTA LOSS Orientador

Resumo: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento e o seu
diagnóstico na família implica em uma série de mudanças de planos e na rotina. Essas
mudanças podem gerar fatores que contribuem para a vivência do estresse parental. Diante de
estressores relacionados aos cuidados do filho com TEA e de possíveis indicadores de estresse
parental, o processo de coping é acionado, de modo a proporcionar a adaptação e promover o
bem-estar psicológico dos cuidadores familiares. Esta pesquisa teve o objetivo de investigar o
estresse parental, coping de estressores relacionados aos cuidados da criança com TEA e o
bem-estar psicológico de cuidadores familiares. Trata-se de um estudo transversal, descritivo
e analítico, de abordagem quantitativa. Participaram do estudo 30 cuidadores familiares cujas
crianças com TEA são assistidas em uma instituição sem fins lucrativos, que atua na
reabilitação de crianças, adolescentes e adultos com deficiência, localizada no município de
Anchieta, no estado do Espírito Santo, ES. Foram utilizados instrumentos de autorrelato dos
cuidadores para a medida do estresse parental (Escala de Estresse Parental [EEPa]), do coping
(Escala de Enfrentamento) e do bem-estar psicológico (Escala de Bem-Estar Psicológico
[EBEP]). Os cuidadores também responderam a um questionário de dados sociodemográficos
(cuidadores e crianças) e a Escala de Comportamento Adaptativo Vineland-3, para a
caracterização clínica da criança. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva e
inferencial e dados de questões abertas foram submetidos à análise temática. Observou-se que
o índice de satisfação com o papel parental foi maior do que os indicativos de estresse parental.
As estratégias de coping identificadas foram majoritariamente das famílias de coping com
provável desfecho adaptativo. O domínio do bem-estar psicológico mais percebido e relatado
pelos cuidadores foi o de crescimento pessoal. As análises de correlação mostraram que: o
“estresse parental” se relaciona positiva e moderadamente com o conjunto de estratégias de
coping relacionadas a um desfecho mal adaptativo. Observou-se correlação negativa forte entre
“estresse parental” e “bem-estar psicológico”. As famílias de coping com provável desfecho
adaptativo apresentaram correlação positiva moderada com os domínios de bem-estar
psicológico de “crescimento pessoal” e “propósito na vida”. Conclui-se que a forma com que
cuidadores percebem os estressores relacionados com os cuidados à criança com TEA e lidam
com esses estressores, pode impactar na percepção de seu bem-estar psicológico. Os achados
do estudo poderão contribuir para que profissionais que atuam com crianças com TEA possam
considerar o repertório de coping dos cuidadores, identificando também recursos externos,
como a disponibilidade de uma rede de apoio, a fim de preservar seu bem-estar psicológico,
mesmo diante dos desafios dos cuidados para com a criança.

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