AUTOEFICÁCIA APLICADA AO PLANEJAMENTO DA APOSENTADORIA: EVIDÊNCIAS PSICOMÉTRICAS, ANÁLISES DE ANTECEDENTES E
CONSEQUENTES
Nome: RAFAEL NOGUEIRA DE SOUZA
Data de publicação: 18/08/2023
Banca:
Nome |
Papel |
|---|---|
| PRISCILLA DE OLIVEIRA MARTINS DA SILVA | Orientador |
Resumo: Nas últimas décadas, com as alterações demográficas no mundo, observa-se o aumento no número
de trabalhadores com mais idade que enfrentam diversos desafios, dentre eles, o desafio de se
preparar e entrar para a aposentadoria. Neste contexto, a presente dissertação tem o objetivo de
analisar a influência de variáveis sociocognitivas, como crenças de autoeficácia, suporte social
percebido, percepção de etarismo no contexto organizacional, baseadas no Modelo de
Autogerenciamento de Carreira (Lent & Brown, 2013) aplicado ao planejamento da aposentadoria
com trabalhadores mais velhos. Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa realizada por
meio do método de levantamento (survey). Neste processo foi adaptada a Self-Efficacy Scale For
Retirement Planning (Penn & Lent, 2021) para o contexto brasileiro. Os dados foram analisados
por meio de estatística descritiva e inferencial. As análises utilizadas foram divididas em duas
etapas, sendo a primeira, voltada para adaptação e validação do instrumento através das técnicas
quantitativas, como, análise fatorial confirmatória e multigrupo, e coeficiente de precisão ômega.
A segunda etapa, examinou o modelo teórico e as relações entre as variáveis a partir dos testes de
correlação, análise de rede e análise de predição. Participaram da amostra 292 trabalhadores mais
velhos brasileiros, sendo 60,3% mulheres e 39,7% homens, com idade média de 54,6 anos (DP=7,8
anos). Os resultados confirmam a estrutura bidimensional esperada da Escala de Autoeficácia para
Planejamento da Aposentadoria (EAPA), com as subescalas de autoeficácia financeira e de tempo.
A escala apresentou invariância configural, métrica e escalar para diferentes grupos demográficos.
Além disso, os resultados apontam para um conjunto robusto de evidências de validade externa,
no qual houve associação significativa entre a autoeficácia específica com os construtos
antecedentes e consequentes mensurados. Em relação aos aspectos preditivos testados, verificouse que as crenças de autoeficácia são fortes preditores para o envolvimento no planejamento paraa aposentadoria, desde antecipar demandas financeiras, lidar com aspectos de saúde até
necessidades psicossociais. Vale destacar que a percepção do indivíduo sobre o suporte familiar
disponível e o envelhecimento no contexto do trabalho podem interferir no processo de
planejamento para aposentadoria. Espera-se, com este estudo, favorecer a compreensão a respeito
dos efeitos de variáveis sociocognitivas no comportamento adaptativo de carreira, como o de
planejar a aposentadoria. Sugestões para novas pesquisas são discutidas.
