Vozes maternas e profissionais: A dinâmica relacional da rede social significativa de mães em unidades neonatais no contexto de pandemia da COVID-19

Nome: CAMILA MARCHIORI PEREIRA

Data de publicação: 27/03/2024

Banca:

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LUZIANE ZACCHE AVELLAR Orientador

Resumo: Mães cujos filhos estão internados em Unidades Neonatais enfrentam os desafios decorrentes da prematuridade, da interrupção do contato mãe-bebê e das dificuldades de adaptação ao ambiente hospitalar, entre outros. A pandemia de COVID-19 agravou essas dificuldades, impondo desafios adicionais devido às normas de isolamento. Com isto, esse estudo teve como objetivo compreender a dinâmica relacional da rede social significativa de mães que tem seus bebês internados em Unidade Neonatal na perspectiva materna e profissional no contexto de pandemia por COVID-19. Metodologicamente, o trabalho se caracteriza como qualitativo,
transversal, descritivo e exploratório. Para a coleta de dados foram empregados como instrumentos, entrevistas semiestruturadas e o Mapa de Redes proposto por Sluzki (1997). Participaram do estudo dez mulheres que tiveram seus bebês internados em Unidade Neonatal no período da pandemia e dez profissionais de saúde da Unidade Neonatal que as acompanharam neste mesmo período. Os dados foram coletados na Unidade Neonatal do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Morais em Vitória/ES. O procedimento de análise foi ancorado na Análise Conteúdo Temática. Foram tomadas todas as medidas éticas aplicáveis à execução da investigação científica. Os resultados da pesquisa foram organizados em três estudos. As redes sociais significativas das mães se apresentaram predominantemente de tamanho grande, compreendendo principalmente membros da família. Apesar de grandes e de alta dispersão, muitas redes se mostraram de baixa intensidade de vínculos, demonstrando baixa intimidade e reconhecimento das conexões como possibilidade de apoio. Os membros das redes ofereceram suporte principalmente por meio de apoio emocional, guia cognitivo e de conselhos, e ajuda material e prestação de serviços. Interligado a isso, identificou-se por meio
dos relatos de mães e profissionais que as mães vivenciaram a internação do bebê de forma conflituosa devido o medo da contaminação por COVID-19, causando distanciamento da mãe e rede social no período da internação. As profissionais entrevistadas reconheceram os impactos socioemocionais negativos na experiência materna e no atraso no desenvolvimento
do tratamento do bebê. Apesar dos desafios impostos pela pandemia, a rede de social das mulheres mostrou-se efetiva nos contextos neonatais. Essa observação destaca a importância de integrar esse suporte nos cuidados de saúde, transformando-o em um componente estratégico para a humanização das práticas das equipes neonatais. Destaca-se, ainda, a necessidade de investigações futuras que explorem a participação das redes sociais significativas durante a internação neonatal, sob a perspectiva dos membros dessas redes. Tais estudos podem subsidiar políticas públicas voltadas não apenas para a população materna, mas
também para aqueles que desempenham papéis importantes oferecendo auxílio às mulheres nesse período.

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