Aos Cuidadores do Serviço Residencial Terapêutico: Novas Maneiras de Cuidar ... ?

Nome: PEDRO MACHADO RIBEIRO NETO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 08/04/2009
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUZIANE ZACCHÉ AVELLAR Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANGELA NOBRE DE ANDRADE Examinador Interno
LUZIANE ZACCHÉ AVELLAR Orientador
MARIA INÊS BADARÓ MOREIRA Examinador Externo

Resumo: Este trabalho teve como proposta realizar uma aproximação da realidade de trabalho dos cuidadores de um SRT visando contribuir com as discussões sobre a reforma psiquiátrica e desinstitucionalização da loucura. Optamos pela abordagem qualitativa por entendermos que melhor se aplicaria aos objetivos propostos. O estudo teve como participantes seis cuidadores de uma residência terapêutica do Estado do Espírito Santo. Para a coleta de dados foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas e observação participante. Para a análise e interpretação dos dados utilizamos a Análise de Conteúdo do material coletado, sendo priorizada a utilização de uma de suas categorias, a análise temática. Verificamos que os cuidadores são profissionais que atuavam em serviços basicamente comuns, sem um nível maior de complexidade, e também sem relação com a área da Saúde. Todos os participantes possuem menos de um ano de experiência na casa. Foram contratados junto a duas firmas: uma especializada em alimentação, e outra da área de serviços gerais. Responsabilizam-se pela alimentação ou organização e limpeza da casa, de acordo com a empresa a qual são vinculados, e ambos têm a função de cuidar dos moradores. Os participantes consideraram que não tiveram preparação para atuar na casa, mas apesar disto, se sentem preparados para o serviço. Não tiveram formação profissional no campo da saúde, adquiriram suas principais informações sobre as residências terapêuticas ao primeiro contato com o HAB, onde obtiveram orientações sobre seu trabalho no serviço residencial. Além das orientações, aprendem a lidar com as situações, principalmente as quais se mostraram preocupados, no dia a dia de trabalho. Os participantes têm a função de se responsabilizar pelos moradores dentro da casa e no ambiente da rua, se consolidando como peças-chave no processo de reinserção social. Verificamos em nosso estudo que os usuários, de uma forma geral, são assemelhados à criança em vários momentos do discurso dos participantes, e o processo de reinserção social é comparado ao de aprendizagem infantil. Sugerimos a criação de espaços em que possam ser discutidas com os cuidadores e moradores questões como o cuidado em saúde, loucura, entre outras, e que os profissionais dos serviços residenciais tenham um suporte consideravelmente mais abrangente para a condução de seu ofício. Neste âmbito, além de indagar sobre que formas de cuidado estão sendo praticadas pelos trabalhadores de residências terapêuticas em relação aos usuários, concluímos ser imprescindível que se discuta também sobre o nível de atenção dispensada aos cuidadores.

Palavras-chave: desinstitucionalização; residência terapêutica; cuidador em saúde.

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