A Violência Intrafamiliar Contra Crianças e Adolescentes e sua Superação a partir do Acionamento de Rede de Apoio Social e Afetiva

Nome: MARGARET OLINDA DE SOUZA CARVALHO E LIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 23/07/2010
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EDINETE MARIA ROSA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDINETE MARIA ROSA Orientador
PAULO ROGÉRIO MEIRA MENANDRO Examinador Interno
SIBELLE MARIA MARTINS DE BARROS Examinador Externo

Resumo: Superar situações de violência intrafamiliar constitui um grande desafio para as famílias envolvidas, necessitando, para tanto, de apoio e orientação garantidos por uma estrutura social e pessoal, à qual os indivíduos pertençam. O objetivo principal do estudo foi compreender o processo de superação das famílias em que ocorreram episódios de violência intrafamiliar contra seus filhos residentes em Petrolina- PE, a partir do acionamento da rede de apoio social e afetiva. Os dados foram coletados através de duas estratégias: inicialmente, por análise documental e posteriormente, através de estudo de caso. A análise documental teve como fonte, prontuários de atendimento do Conselho Tutelar, construindo-se, assim, a caracterização das famílias. Foram identificados 432 casos de violência contra crianças e adolescentes. Em uma análise de gênero, os homens representaram 48,84 % da amostra enquanto que as mulheres, 51,15%. Quanto ao grau de proximidade com a vítima, a mãe (51%), representou a autora com maior número de casos de violência praticados. 22% das denúncias foram efetuadas anonimamente por telefone. Concluída a primeira fase, utilizou-se como estratégia de pesquisa, o estudo de caso de quatro famílias que deveriam apresentar sinais indicativos de superação de violência, enumerando entre estes sinais, a busca de ajuda intra e extra-familiar, demonstração de afeto e solidariedade, de compreensão, de respeito mútuo e apoio da rede afetiva e social. Buscaram-se nos prontuários estes aspectos elencados, os quais poderiam estar presentes na dinâmica das famílias atendidas. O roteiro de entrevista continha indagações agrupadas nos seguintes aspectos: conhecimento dos sujeitos sobre o significado da violência intrafamiliar; perspectivas quanto aos mecanismos de controle e redução do fenômeno no âmbito intrafamiliar e avaliação dos serviços pelos quais foram atendidos. Os relatos das entrevistas foram transcritos sendo efetuada a análise de conteúdo de Bardin. Expressar como a violência ocorreu em cada família representou uma dificuldade para os participantes, existindo uma tendência dos autores em não admitir o fato. Encontrar uma motivação, que justificasse a prática de algum tipo de violência contra os filhos esteve presente nas falas dos membros das famílias entrevistadas. Nas narrativas dos denunciantes, observou-se uma tendência em acusar o autor das agressões. Opiniões divergentes foram observadas com relação aos serviços da rede de apoio social e ao Conselho Tutelar. A boa qualidade de atendimento no Conselho Tutelar foi referida pela maioria dos entrevistados, contudo, quanto aos serviços de atendimento às famílias em situação de violência intrafamiliar, não se percebeu uma articulação entre eles, que se mostrassem capazes de intervenção e respostas às demandas dessas famílias. A importância da participação da rede afetiva constituída pela família, família extensiva e amigos, é mencionada como o principal mecanismo de proteção de que dispõem. Apontam como principais desafios na superação dos episódios vivenciados, as dificuldades de relacionamento entre autor e vitima o distanciamento do pai, sentimento de impotência e a falta de acompanhamento do conselho tutelar.

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