Como Construimos Teorias Sobre Pessoas, Comportamentos e Situações Socias? Análise Dinâmica dos Componentes Socio-perspectivos e Socio-cognitivo da Teoria da Mente

Nome: GLENDA ALMEIDA PRATTI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/08/2011
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARIANE LIMA DE SOUZA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARIANE LIMA DE SOUZA Orientador
SÁVIO SILVEIRA DE QUEIROZ Examinador Interno
TANIA MARA SPERB Examinador Externo

Resumo: Entende-se como teoria da mente a capacidade do ser humano de atribuir estados mentais a si e a outras pessoas e, a partir dessa atribuição, interpretar, explicar e predizer comportamentos. Essa capacidade pode ser dividida em dois processos componenciais, um sócio-cognitivo e outro sócio-perceptivo. O componente sócio-perceptivo compreende a detecção ou decodificação dos estados mentais dos outros, baseada na avaliação imediata de informações observáveis; e o sócio-cognitivo compreende o raciocínio sobre esses estados mentais no intuito de predizer ou explicar as ações dos outros. A presente pesquisa insere-se no campo de estudos sobre teoria da mente, e realizou uma investigação, a partir de um método dinâmico, sobre o seu processamento proporcionando uma análise integrada dos componentes sócio-perceptivo e sócio-cognitivo em adultos, utilizando um enfoque metodológico qualitativo. Seu objetivo foi investigar que relações entre a percepção dos sinais não-verbais e a cognição (linguagem, raciocínio e capacidade de meta-representação) são estabelecidas durante a decodificação da comunicação não-verbal para a construção de hipóteses sobre ações e estados mentais na explicação de comportamentos e situações sociais observadas. A construção dessa proposta metodológica organizou-se em duas etapas distintas. Na etapa 1, realizou-se a estruturação da tarefa de decodificação dos sinais não verbais em interações comunicativas, em quatro contextos de relacionamento diferentes: contexto de relacionamento romântico, contexto de relacionamento de trabalho, contexto de relacionamento familiar, e, contexto de interações entre desconhecidos, representados em trechos de filmes sem o áudio. Na etapa 2, investigou-se o desempenho de adultos com idade acima de 18 anos e ensino médio completo, na tarefa de decodificação dos sinais não verbais estruturada na etapa 1. Os resultados sugerem que as relações entre a percepção e a cognição se mostram nos processos de representação da intencionalidade; significação dos sinais não verbais; e resolução do problema, que foram revelados a partir da análise inferencial sobre o conteúdo da narrativa dos participantes. Esses conteúdos, por sua vez, se dividem quanto à sua estrutura em concretos (que apresentam uma natureza de existência independente, são passiveis de observação direta, e, são identificados de modo isolado cena) e abstratos (que apresentam uma natureza de existência dependente; passiveis de observação indireta ou não passiveis de observação; e identificados de modo relacionado a outros objetos/conteúdos da cena). O modo de organização dos conteúdos quanto à sua estrutura, possibilitou a classificação das descrições conforme o nível de complexidade da abstração que elas representam, e conseqüentemente, quão sofisticadas podem ser as teorias construídas pelos participantes. Assim, a tarefa de decodificação dos sinais não verbais mostrou-se um paradigma adequado para a investigação da teoria da mente capaz de revelar, a partir da análise do desempenho dos participantes, indicadores qualitativos importantes sobre a presença da capacidade que um sujeito tem de inferir estados mentais a si e a outros sujeitos, de modo a interpretar, explicar ou prever comportamentos.
Palavras chave: ... componente sócio-cognitivo, decodificação.

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