O TRABALHADOR SEM SEU TRABALHO: UM ESTUDO SOBRE A IDENTIDADE DOS TRABALHADORES AFASTADOS DO SEU TRABALHO POR ADOECIMENTO PROFISSIONAL
Nome: MARIA CRISTINA FIGUEIREDO AGUIAR GUASTI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/11/1998
Resumo: Trata-se de um estudo exploratório que objetivou verificar as repercussões do afastamento do trabalho por adoecimento na identidade de trabalhadores. Para tanto, foram realizadas cinco entrevistas estruturadas com perguntas abertas, com bancários, afastados do trabalho por serem portadores de Lesões por Esforços Repetitivos. A partir dos casos obtidos nas entrevistas, realizou-se uma análise de conteúdo das respostas, utilizando-se para isso, categorias de análise referentes aos temas abordados pelos entrevistados, quais sejam: o trabalho, o afastamento do trabalho, a doença, o indivíduo adoecido, a reestruturação da identidade de trabalhador do indivíduo adoecido e o reconhecimento da invisibilidade da doença. Dentre os resultados obtidos pode-se destacar as mudanças ocorridas na identificação do indivíduo como o ser trabalhador, que ocorreram à medida em que avançou o processo de reconhecimento da doença e foram paulatinamente redesenhando um outro trabalhador, que mesmo após o adoecimento/afastamento não deixou de demonstrar sua necessidade de participação no mundo do trabalho, tendo contudo, passado a buscar um tipo de trabalho não adoecedor. Também pode-se ressaltar a importância do outro, na reprodução da identidade dos sujeitos e na avaliação que fazem de sua pertença aos grupos dos quais participa voluntária ou compulsoriamente; destaca-se ainda, a ênfase dada ao sofrimento gerado pelo adoecimento/afastamento, pela falta de reconhecimento da doença e pelo tratamento recebido dos médicos peritos do INSS, dados que aparecem aqui, como fonte de sofrimento e humilhação para os trabalhadores lesionados.
