Familiares e Cuidadores de Crianças e Adolescentes Atendidos no CAPSI de Vitória-ES: Concepções Sobre Sofrimento Psíquico e Intervenção no Campo da Saúde Mental Infanto-Juvenil

Nome: MARCELA TOMMASI ABAURRE
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/06/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUZIANE ZACCHÉ AVELLAR Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LUIZ GUSTAVO SILVA SOUZA Examinador Interno
LUZIANE ZACCHÉ AVELLAR Orientador
MARIA CRISTINA VENTURA COUTO Examinador Externo

Resumo: O objetivo deste trabalho foi conhecer as concepções dos familiares cuidadores sobre a experiência de sofrimento psíquico das crianças e adolescentes atendidos no Centro de Atenção Psicossocial Infanto juvenil (CAPSi), da Cidade de Vitória-ES, tanto quanto o modo como lidam com essa condição no cotidiano e, por meio de um trabalho em grupo, com esses familiares, propiciar a troca de experiências, discussão e reflexão sobre o processo de adoecimento do público infanto-juvenil, atendido no referido serviço, verificando coletivamente os possíveis efeitos da experiência dos grupos para os participantes. O trabalho apresenta dois artigos. No primeiro, o objetivo foi conhecer as concepções dos familiares cuidadores acerca da experiência de sofrimento psíquico das crianças e dos adolescentes atendidos no CAPSi da Cidade de Vitória ES, portadores de transtornos mentais graves, e compreender as formas de lidar com o sofrimento psíquico dessas crianças e adolescentes, no cuidado cotidiano. Os dados foram coletados por meio da técnica de grupo focal e analisados segundo o método de análise temática. Os resultados mostraram que os familiares cuidadores utilizam uma variedade de termos para nomear ou explicar a experiência de sofrimento psíquico das crianças e adolescentes, tais como termos de cunho médico, de cunho religioso, termos referentes à comportamentos, expressões que coisificam a criança ou que remetem a um estado de estagnação no processo de desenvolvimento da infância ou adolescência, bem como possuem noções abrangentes sobre o que entendem por tratamento, compreendido pelos familiares como um cuidado contínuo, que envolve a prática de atividades de lazer, a frequencia em outros serviços de saúde e a participação em reuniões e atividades escolares. Além disso, verificou-se a existência de dificuldades no cuidado e no tratamento, tais como a ocorrência de conflitos conjugais, a situação de dependência em que se encontra a criança ou o adolescente e a falta de serviços de saúde no Estado voltados para a referida população. Para lidar com essas dificuldades encontradas no cotidiano, os familiares adotam estratégias singulares, juntamente com o apoio de profissionais. O segundo artigo teve como objetivo propiciar um espaço de fala aos familiares cuidadores de crianças e adolescentes atendidos no CAPSi da Cidade de Vitória ES, por meio de uma intervenção em grupo, com vistas à troca de experiências e à reflexão sobre as concepções que possuem acerca do sofrimento psíquico dessas crianças e adolescentes e, também, sobre as formas de lidar com as dificuldades encontradas no cuidado dessa população, identificadas no primeiro artigo. O trabalho teve, ainda, como objetivo, verificar coletivamente os efeitos da experiência dos grupos para os familiares. Inspiramos-nos na metodologia da pesquisa-intervenção, com base em um modelo de programa interventivo, com estratégias que incentivassem aos familiares a discorrerem sobre as próprias experiências, relacionadas à proposta deste estudo. Verificou-se que os encontros parecem ter possibilitado, a alguns familiares, um espaço de fala e escuta mútua e podem ter favorecido a troca de experiências e elaborações acerca do sofrimento psíquico. O esvaziamento do grupo, pelos familiares, bem como a ausência no encontro de avaliação e encerramento do trabalho, também, se constituíram dados para discussão sobre algumas possíveis explicações para o não comparecimento, movimento que os familiares parecem repetir no CAPSi, diante das atividades que lhes são oferecidas.

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