Adaptando-se à Cultura Brasileira: Correlatos do Bem-estar de Estudantes Estrangeiros de Pós-graduação.,

Nome: KISSEL QUINTANA BELLO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 24/04/2015
Orientador:

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VALESCHKA MARTINS GUERRA Orientador

Banca:

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VALESCHKA MARTINS GUERRA Orientador

Resumo: RESUMO

Bello, K. Q. (2015). Adaptando-se à Cultura Brasileira: Correlatos do Bem-Estar de Estudantes Estrangeiros de Pós-Graduação. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória, Espírito Santo.

Ao considerar a mobilidade estudantil ao redor do mundo, é imprescindível aprofundar quais são os fatores que afetam o bem-estar subjetivo de estudantes em processo de adaptação, especialmente daqueles da América Latina. As dificuldades que atingem os estudantes da América Latina em seu processo de aculturação, sejam estas de maior ou menor impacto, são relacionadas à afetividade, às mudanças que acontecem com a organização social e familiar, à forma de vestir, ao tipo de alimentação, às preferências musicais e às diferentes formas de comportamento. Todas essas mudanças são significativas para os estrangeiros, seja de forma positiva ou negativa no processo de integração. Tais mudanças são refletidas hoje como uma alternativa coerente de investigação para compreender os fenômenos da cultura onde estão inseridos na expectativa de atingir uma adaptação bem sucedida na cultura de acolhida. Neste sentido, esta dissertação teve como objetivo investigar a existência da relação entre o bem-estar subjetivo e as estratégias de aculturação, as estratégias de enfrentamento e os valores humanos em pós-graduandos estrangeiros provenientes da América Latina que tem como língua o espanhol e passam por um processo adaptativo no Brasil. Para tanto, foram realizados dois estudos. No Estudo I, participaram 103 sojourners que realizavam um curso de pós-graduação em uma universidade brasileira, sendo 54 homens e 49 mulheres, provenientes de 13 países da América Latina, os quais responderam os seguintes instrumentos on-line em espanhol: questões sociodemográficas; a Escala do Índice de Aculturação; o Inventário de Estratégias de Enfrentamento; a Escala de Bem-Estar Afetivo no Trabalho; a Escala de Satisfação com a vida; e o Questionário dos Valores Básicos. Os resultados mostraram o uso principal de duas estratégias aculturativas: integração (35%), considerada como aquela que traz melhor resultados adaptativos e maior bem-estar, e marginalização (35%), considerada como aquela que dificulta o processo de adaptação e diminui o bem-estar. Com relação às estratégias de enfrentamento, foram identificadas o uso de duas estratégias principais: a resolução de problemas e o apoio social, que permitem ao estudante uma adaptação adequada no país anfitrião com diminuição do estresse. Com relação às prioridades valorativas dos estudantes, os considerados mais importantes foram os valores de existência, os suprapessoais e os interativos. Homens e mulheres diferiram com relação às estratégias de enfrentamento e à aculturação, com as mulheres apresentando maiores médias nas estratégias de apoio social, pensamento desiderativo e expressão emocional, assim como na identificação com o país de origem. As variáveis que predizem o bem-estar subjetivo de uma maneira positiva são a restruturação cognitiva, valores normativos, valores de experimentação e a aculturação com Brasil. Aquelas que o fazem negativamente são o pensamento desiderativo e os valores de existência. Para o Estudo II, foram realizadas 14 entrevistas com estudantes estrangeiros provenientes da América Latina, que estão realizando um curso de pós-graduação na Universidade Federal de Espirito Santo. Estes são 07 mulheres e 07 homens, com idades entre 25 e 35 anos, que estão no Brasil por um período mínimo de 06 meses. Para este grupo, foram observadas as estratégias aculturativas de integração e de separação. Com relação às estratégias de enfrentamento, foi identificada com maior ênfase a busca de apoio social. No que diz respeito às experiências vivenciadas, estas foram relacionadas com o idioma, busca de moradia, tramites de documentos, econômicos, e serviços de saúde. Apesar das limitações deste trabalho, ele apresenta contribuições para pesquisas multiculturais no Brasil e para a construção de conhecimento que possa auxiliar na proposição de ações e programas que promovam uma adaptação adequada para o favorecimento do bem-estar do estudante estrangeiro que busca seu aperfeiçoamento no Brasil.

Palavras chave: bem-estar, América Latina, aculturação, sojourners, estratégias de enfrentamento, valores humanos básicos.

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