Perspectivas de Atores Escolares: Quais Possibilidades de Atuação do Psicólogo na Educação Básica?

Nome: ELIANE DE SIQUEIRA GONÇALVES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/09/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
CLAUDIA PATROCINIO PEDROZA CANAL Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA BRUNORO MOTTA LOSS Suplente Interno
CÉLIA REGINA RANGEL NASCIMENTO Examinador Interno
CLAUDIA BROETTO ROSSETTI Examinador Interno
CLAUDIA PATROCINIO PEDROZA CANAL Orientador
SIMONE CHABUDEE PYLRO Examinador Externo

Resumo: A promulgação da Lei n.º 13.935, de 11 de dezembro de 2019, que regulamenta os serviços de psicologia e serviço social nas redes públicas de educação, dá início a um cenário marcado por inquietações referentes à atuação, papel e especificidades do psicólogo na escola. Nesse sentido, este estudo teve por objetivo descrever concepções de estudantes dos anos finais do ensino fundamental, das respectivas mães e de profissionais escolares acerca das possibilidades de atuação do psicólogo na educação básica. O referencial teórico utilizado neste trabalho foi o da psicologia escolar, com olhar amplo e social para os fatores que interferem na aprendizagem, considerando todos os atores envolvidos no processo, como sociedade, família, profissionais escolares e estudantes. Também se utilizou de referenciais das teorias do desenvolvimento humano, mais especificamente voltadas ao período da adolescência. Esta pesquisa foi de natureza qualitativa e descritiva, e foram entrevistados 36 participantes, a saber: seis gestores (entre os quais, diretor, vice-diretor e pedagogo); uma auxiliar de serviços gerais; 11 professores dos anos finais do ensino fundamental; nove alunos do sétimo, oitavo e nono anos do ensino fundamental e suas nove mães. A análise de dados teve por fundamento a proposta de Delval. Após os dados coletados e as entrevistas transcritas, foram criadas seis categorias, sendo elas: relações familiares e influência no percurso escolar do estudante; trabalho dos profissionais no contexto escolar; adolescência como interferência negativa no comportamento dos estudantes; relação do estudante com o contexto escolar; afeto como promotor de desenvolvimento e aprendizagem, desconhecimento da atuação do psicólogo escolar, as quais a última foi dividida em três subcategorias, quais sejam: possibilidade de inserção do psicólogo na educação básica; público-alvo de atuação do psicólogo na escola e a contribuição do psicólogo na percepção dos atores escolares. Os resultados evidenciaram percepção dos atores escolares sobre as dificuldades de atores escolares no contexto escolar, afastamento das famílias e culpabilização desse público sobre os problemas escolares dos estudantes, exaustão de profissionais escolares causada por seu trabalho, visão estigmatizada de adolescência como período conturbado, desinteresse escolar pelos estudantes trazido pelos atores escolares, importância de construir relações de afeto no contexto escolar. Além disso, a respeito da atuação do psicólogo escolar, os atores escolares apresentam desconhecimento, embora a maior parte tenha desejado a inserção do profissional nos ambientes escolares, compreendendo que o público-alvo predominante de atuação seriam os estudantes. Os dados permitem observar que os atores escolares participantes têm uma visão de contribuição acerca do papel da psicologia escolar que não condiz com os referenciais teóricos e interventivos existentes cientificamente na atualidade. Nesse sentido, é necessário disseminar conhecimento e questionamentos acerca de diversas percepções e expectativas discutidas nesta pesquisa que não atendem ao enfrentamento das dificuldades no campo escolar. Ademais, é preciso que atores escolares, secretarias e órgãos federais, estaduais e municipais, políticos, como também os próprios psicólogos e a sociedade como um todo, compreendam o papel da psicologia escolar e percebam que, no contexto escolar, há diversas interferências amplas dos contextos social, econômico, histórico que afetam o processo de escolarização. Essa disseminação de conhecimento também pode ser uma forma de todos os públicos citados acima cobrarem a efetivação da lei federal, de maneira ética e científica, na inserção do psicólogo escolar no campo de atuação. Além disso, é possível também ampliar os espaços de discussão para que não fique restrito a academias e pesquisadores.

Palavras-chave: Psicologia escolar. Adolescentes. Mães. Pessoal da educação. Escolas.

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